Dezembro e janeiro são dois dos principais meses da promoção no ano. O Natal e o verão dão grande fôlego às agências que vivem de promover produtos e eventos. Mesmo diante da crise, muitas ações planejadas foram mantidas e empresas como Mix Brand Experience, Power e B2 não sentiram a crise. Depois de janeiro, no entanto, o cenário era outro.
A equação é simples: o corte das verbas de marketing afeta diretamente as ações promocionais e de relacionamento. Grande parte das empresas não deixa de promover seus produtos ou se relacionar com seus clientes, mas, na crise, novos projetos foram adiados ou começaram com até menos da metade do orçamento previsto. Mas este cenário está longe de ser pessimista.
As três agências ouvidas pelo Mundo do Marketing mantiveram a maioria de seus planos para 2009 e ainda contratou novos profissionais. A Mix criou um novo núcleo de negócios em pleno outubro negro de 2008. Com mais tempo para planejar diante do desaquecimento momentâneo visto no primeiro trimestre, Power e B2 também investiram em projetos novos.
Começo de ano complicado
De outubro de 2008 até meados de março de 2009, diversas empresas colocaram as barbas de molho para planejar melhor o ano de acordo com um cenário um pouco mais confiável. "Temos projetos aprovados em dezembro que até agora não foram realizados. O cliente está esperando um pouco", conta Marta Terenzzo, diretora de Marketing e Inovação da Power4. "Até janeiro tinha um rescaldo do que já havia sido planejado, mas mesmo assim tivemos fevereiro e março muito bem. Os clientes não brecaram. Eles tiraram o pé do acelerador", completa.
Para os empresários do segmento promocional, é hora de arregaçar as mangas. "Estamos com uma crise muito menor que em outros países. As pessoas gostam de falar de crise para esconder ineficiência. Muitas multinacionais estão com problemas, então vamos atrás das nacionais", ressalta Cris, sócia-diretora da Power em entrevista ao Mundo do Marketing.
Para Marco Sabia, sócio-diretor da Mix, o mercado não deve sofrer tanto neste ano. "Estamos agindo no ponto-de-venda onde o investimento é mais barato e onde as pessoas decidem o que vão comprar. Este é o ano da promoção", diz. "Teremos que crescer do mesmo jeito, criar oportunidades e integrar os negócios", completa Ricardo Buckup, sócio-diretor do Grupo B2.
Resultados são ainda mais importantes
Como o dinheiro de marketing foi cortado, o resultado agora tem que ser mais certeiro do que nunca. "Tem que ser uma ação 100% eficaz. Tem que vender e comprovar o resultado", afirma Buckup. "O grande trabalho é continuar inovando neste período de vacas magras. Sempre podemos fazer melhor. Devemos aproveitar para entender melhor o consumidor", adiciona Marta, que também é Vice-Presidente do Núcleo de Pesquisas do Comitê Operacional do Popai Brasil.
Inovação também é a palavra de ordem para as agências. A Mix inovou no fim do ano passado com projetos de Natal como a Árvore da Ponte Estaiada, em São Paulo, patrocinada pela SulAmérica, a Árvore do Santander, e as inéditas projeções gigantes nos prédios da Prefeitura e da Justiça Federal, em São Paulo. Estas ações, geram um valor de retorno de mídia espontânea de R$ 18 milhões. Para este ano, a agência quer focar ainda mais nestes produtos e, para isso, criou um núcleo de negócios exclusivo. "Nossa intenção é investir em projetos que se tornem calendário das cidades", conta Scabia em entrevista ao Mundo do Marketing.
A Power e a B2 também desenvolveram projetos especiais que estão em aprovação no cliente. Mesmo assim, eles já pensam na Copa do Mundo de 2010. "É só no meio do ano que vem, mas as marcas terão que fazer alguma coisa a partir do meio deste ano. O segundo semestre vai começar pesado. Não vai voltar no pique do ano passado, mas vai ter mais investimento", explica Buckup.
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