Tirei uns dias para ler textos sobre o Marketing. Li uns livros, algumas aulas antigas, zapeei pelo mundo virtual porblogs e sites e cheguei à conclusão de que “deu ruim” – como diz o Ronan, meu filho, estudante de Comunicação e redator, como eu.
Desde as Universidades, onde os alunos (mal) formados em Marketing caem no mercado – em especial nos clientes (ai, que medo!), com um discurso démodé dos tais “P”, quando os “C”, esses sim, talvez, digo talvez, hoje em dia, façam algum sentido – entabulam discursos inócuos, intimidam-se e perseguem qualquer um (colega, fornecedor, profissional de Comunicação de Agência etc.) que questione sua “competência” com posições mais claras, mais reais, longe do que dizem as “bíblias“ de Marketing e os professores fajutos.
Fazem qualquer coisa, ética ou não, para manter posição, já que os “caras” de compras e suprimentos já mandam neles mesmo.
Na frase de um anônimo, que retirei do texto de Donizeti A. De Paula, executivo de Marketing, professor e jornalista “Há cinco tipos de empresas: as que fazem as coisas acontecerem; as que acham que podem fazer as coisas acontecerem; as que observam as coisas acontecerem; as que admiram o que aconteceu e as que não sabem que algo tenha acontecido”, me veio a inspiração para esse texto.
Onde está a PRAÇA, no sentido físico que lhe deram em essência, se o meio digital existe? Como fundar no PREÇO a ideia da competitividade que hoje está mais forte na marca? Onde está o PRODUTO, em sua essência de valor, num mundo de consumidores que buscam muito mais que tê-lo ou usá-lo?
Por fim, restou a PROMOÇÃO. Essa talvez tenha resistido e tomado forma na amplitude que ganhou o marketing promocional, mas, mesmo assim, não rola a ideia idiota do “compre 2 e leve 3”, “compre um vaso e ganhe a flor” ou “Não perdam!” (sic), como já vi por aí.
Os “C”s de Mac Carthy possivelmente ainda tenham sentido (Consumers Wants and needs, Cost To Satisfy, Convenience to buy, Communication) e bem podem ser definidos num paralelo de “P”s e “C”s assim: os desejos, aspirações e necessidades do consumidor/produto; o custo equivalente ao valor intangível do produto que satisfaça o consumidor/preço; a conveniência e facilidade para a compra/praça, e, por fim, a forma de comunicá-la face-to-face/promoção.
Academicismo legal para fomentar conteúdo e formação. Letal e fatal para se levar como discurso pronto para reuniões, para a empresa, e, por fim, para o mercado. Porque para fazer com que as coisas aconteçam na sua empresa tem-se que ser original, tem-se que inovar; os achistas normalmente conhecem os “P” e ficam neles; os observadores são os covardes que esperam para ver se alguém faz ou traz alguma coisa que dá certo, e são elogiados pelos chefes, para dizer o famoso “fui eu”; os que trazem para as reuniões coisas geniais que os outros fizeram, admirado delas, sem tentar fazer algo que as supere, são os incompetentes; e os que não sabem o que aconteceu são os intelectuais de plantão, aqueles que sempre discursam com base em algo que fizeram há anos e tentam viver do currículo, são os covardes que usam os outros, donos dos pequenos poderes.
Você conhece essas empresas e esses profissionais? Seu cliente se insere num desses quadros? Você se viu por aí? Sem problema. Tudo pode mudar se você entender que o Marketing não tem p, c, r, z, letra nenhuma a defini-lo. Melhor, tem duas: o G e o V.
Porque Marketing se faz no dia a dia, na percepção das pessoas, nas ruas, nas praças, na internet, na TV, em casa, nas conversas de bar, e, claro, nas Universidades, onde a construção do conhecimento é o que vige, e não os tablets ou festas.
Marketing é gente. Marketing é vida. E isso não tem preço, mas tem valor, é produto imperecível, que em qualquer praça faz sucesso porque promove a relação que move o nosso mundo. Esse mercado é nosso!
Fonte: Promoview
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